Nycomed quer ampliar vendas para classe C

04/03/2011 10:38

Nycomed quer ampliar vendas para classe C

A farmacêutica Nycomed, com sede na Suíça, está decidida a aumentar sua participação nos mercados emergentes, especialmente no Brasil, onde está de olho no aumento do poder aquisitivo da classe C.

Nos três últimos meses, a empresa recrutou e treinou mais 130 funcionários para expandir as vendas de seus medicamentos para hospitais e clínicos gerais. “Atualmente somos o segundo mercado da Nycomed no mundo, atrás da Rússia, e queremos ser o primeiro”, afirma Luiz Eduardo Violland, principal executivo do grupo no país. O faturamento da empresa foi da ordem de R$ 633,5 milhões em 2010. Com uma participação de 2% no segmento farmacêutico brasileiro, a empresa planeja crescer, em média, 15% ao ano até dobrar de tamanho, com uma estratégia focada na expansão de vendas nos hospitais e clínicas gerais e no lançamento de novos produtos.

Não está descartada a aquisição de laboratórios nacionais ou mesmo de marcas, intenção anunciada no ano passado mas não concretizada. A empresa dispõe de cerca de US$ 300 milhões para a compra,mas considera que o mercado está inflacionado e as negociações em andamento foram interrompidas. No entanto, “se surgir um bom negócio que dê retorno, esse investimento pode voltar a ocorrer”, acena Violland. Expansão em vários países O grupo, aliás, acaba de adquirir os Laboratórios Farmacol, da Colômbia, que operam nas áreas de gastroenterologia, ginecologia e doenças respiratórias com remédios próprios. E, no ano passado, deu um sinal de que pretende crescer na China com a aquisição de 51,3% da Guandong Techpool, empresa local.

No Brasil, as áreas de maior foco são gastroenterologia, doenças respiratórias e dor. Atualmente, a divisão de OTC (remédios vendidos sem a necessidade de prescrição médica) representa 40% do faturamento da companhia. A área de medicamentos sob prescrição tem 50% e a área hospitalar, 10%.Esta proporção pode mudar, segundo prevê Giles Platford, gerente-geral da Nycomed, uma vez que a tendência geral é de crescimento da área hospitalar acima das outras. O primeiro produto desse segmento é o Tachosil, usado em cirurgias de fígado, lançado no ano passado.

Outro objetivo da empresa é aumentar a participação no mercado de medicamentos para doenças respiratórias, com potencial da ordem de US$ 18 bilhões. “O que somos em gastroenterologia hoje seremos em doenças respiratórias em cinco anos”, afirma Platford. O primeiro medicamento dessa linha, que acaba de receber autorização para comercialização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é o Daxas, para doença crônica dos pulmões ou DPOC. A comercialização está prevista para o segundo trimestre deste ano.

Novos produtos Dona de marcas bastante conhecidas, como a Neosaldina e o Dramin, a Nycomed comercializa no Brasil 27 produtos, a maioria fabricada em Jaguariúna (SP). Até 2015, a companhia deve colocar no mercado outros dez medicamentos, entre extensões de linhas já conhecidas e novos produtos. Entre eles, o Instanyl, um spray intranasal prescrito para administração do avanço da dor em pacientes de câncer. Está previsto também o lançamento de uma solução intravenosa para o tratamento de anemia no pós-parto, cirurgias ou doenças crônicas; e um anti-histamínico com efeito sedativo. A área de medicamentos genéricos não está descartada, mas, segundo Violland, não é o foco da companhia.

Fonte: Brasil Econômico Martha San Juan França-03/03/2011