Aché estuda aquisições para manter força no mercado farmacêutico
Aché estuda aquisições para manter força no mercado farmacêutico
Além do laboratório Blau, há três empresas em seu radar.
As famílias Syaulis, Baptista e Depieri, controladoras do laboratório Aché, estão convictas de que a empresa vive seu turning point: ou põe as garras de fora, compra ativos e se mostra ao mercado como uma consolidadora ou acabará se tornando presa fácil para a concorrência.
Os acionistas do Aché têm se esforçado para evitar a segunda hipótese. Nas duas últimas reuniões de Conselho, a pauta foi monotemática: Syaulis, Baptista e Depieri se debruçaram sobre nomes para possíveis aquisições.
Além do laboratório Blau, há três empresas em seu radar. Entre elas, o principal sonho de consumo é a Biolab, uma das companhias do setor com maiores taxas de crescimento nos últimos anos – em 2009 e 2010, o retorno médio sobre o patrimônio ficou acima dos 20%. Não por acaso, no passado recente, a empresa foi procurada pela onipresente Hypermarcas e pela Pfizer.
Com a aquisição da Biolab, o faturamento do Aché passaria de R$ 1,4 bilhão para mais de R$ 2 bilhões ao ano. A empresa ainda herdaria três fábricas, todas em São Paulo – Itapecerica da Serra, Jandira e Taboão da Serra.
Os outros dois alvos do Aché são tratados pelos próprios acionistas controladores como uma espécie de prêmio de consolação, uma alternativa a uma investida eventualmente frustrada sobre a Biolab. Um deles é o Hipolabor, laboratório com sede em Sabará (MG). O Aché vem mantendo conversações com a empresa – as tratativas são feitas por intermédio do BNP Paribas. O principal ativo do Hipolabor é a venda direta de medicamentos ao governo.
Outra possibilidade aventada pelas famílias Syaulis, Baptista e Depieri é ainda mais arriscada. Trata-se de um acordo com o empresário Marçal Soares, de Goiás, para a retomada do laboratório Kinder. Especializado em medicamentos genéricos, a empresa suspendeu a produção há cerca de um ano e meio por problemas financeiros. Desde então, Soares busca um sócio para reativar a fábrica, permanecendo no negócio como acionista minoritário.
Além de rechaçar a pecha de possível alvo da concorrência, outro desafio do Aché é purgar recentes derrotas. A empresa esteve perto de comprar o laboratório Mantecorp, mas perdeu o páreo para a Hypermarcas. Negociou também com o Teuto, que acabou vendendo 40% do seu capital para a Pfizer.
Ressalte-se ainda um duro revés institucional: a guinada nas relações com o BNDES. Há pouco mais de um ano, o Aché era visto dentro do banco como o principal candidato a capitanear o processo de consolidação do setor e consequente criação de um grande laboratório farmacêutico de controle nacional. No entanto, as conversas entre as três famílias e a agência de fomento desandaram e a Hypermarcas se tornou a preferida do BNDES.
Fonte: Relatório Reservado Portal IG 14/03/201