Segundo  Ronaldo Hallal, infectologista e assessor técnico do Departamento de  Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), Aids e Hepatites Virais do  Ministério da Saúde, a demanda pelo maraviroque é muito baixa e restrita  basicamente ao estado de São Paulo, onde se tem a epidemia mais antiga  do país.
O  uso do produto é restrito aos doentes cujo vírus HIV entra nas células  por meio do correceptor CCR-5. A principal discussão ocorre justamente  pela dificuldade de se ter esse diagnóstico. Existe apenas um  laboratório em todo o mundo, nos Estados Unidos, que realiza o exame.
O  uso desse medicamento divide a opinião dos médicos em todo o país. Para  alguns, os pacientes não têm como esperar. Os médicos questionam o  ritmo da avaliação de novas drogas para serem usadas em pacientes com  aids. "Nós temos que pensar além do acesso das pessoas ao tratamento, na  sustentabilidade desse programa que é bastante complexo e que investe  cerca de R$ 800 milhões ao ano apenas na aquisição de medicamentos. São  decisões bastante criteriosas que precisam ser adotadas", defende  Ronaldo.
Outros  acreditam que a mudança deve ser feita somente quando já estiver  registrada a versão nacional de um exame, atualmente feito apenas em São  Paulo, em uma forma alternativa, porém comprovada cientificamente.
O  medicamento já é utilizado nos Estados Unidos e na União Europeia na  fase inicial do tratamento ou nos casos em que o doente adquire  resistência a outras drogas. No Brasil, o produto já tem aprovação da  Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Fonte:  Portal Estadão-04/04/2011